Entidades e governos unem esforços para a retomada no Rio Grande do Sul
Desde o início da tragédia climática, o Rio Grande do Sul vem contando com uma série de ações solidárias e medidas governamentais que têm um objetivo comum: ajudar a população atingida a se reerguer. Governos, entidades, empresas, universidades e voluntários estão unidos, por meio de diferentes iniciativas, para ajudar na reconstrução do Estado.
Outras iniciativas
Por meio das lideranças locais da Rede Gerando Falcões, o Instituto Ascendendo Mentes (IAM) vem atuando no gerenciamento, na coleta e na distribuição de donativos de todos os tipos para 80 ONGs parceiras no RS. De acordo com a CEO da entidade, Nina Cardoso, a iniciativa já impactou mais de 150 mil pessoas na Região Metropolitana de Porto Alegre, nos Vales do Taquari e do Rio Pardo, na Região Carbonífera e no Extremo Sul.
Até o momento, foram doadas cerca de 100 toneladas de alimentos, mais de 135 mil litros de água, 80 mil fraldas, 50 mil produtos de higiene, 75 mil marmitas e sanduíches, 200 mil peças de roupas e calçados, e 90 mil peças de cama, mesa e banho. Para colaborar com a reconstrução do Estado, o Instituto também lançou a campanha “doe um funcionário por um dia”, para que voluntários possam seguir atuando nas entidades sociais de apoio.
A Gerando Falcões ainda será responsável por gerir um fundo de habitação aberto, que recebeu uma primeira doação de R$ 5 milhões da produtora de aço Gerdau. A ideia, segundo Nina, é convocar outras empresas a fazerem parte desse fundo, que tem como foco a construção de moradias na etapa de reconstrução do RS.
A intenção segue a linha do Movimento Próximos Passos RS, uma iniciativa da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), que pretende arrecadar recursos para a reconstrução de casas nas cidades onde as empresas atuam: Campo Bom, Igrejinha, Novo Hamburgo, Parobé, Roca Sales, Rolante e Três Coroas. A doação inicial — R$ 6 milhões — foi feita por Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co, em parceria com o Banco Master.
O Instituto Ling, em parceria com a Federasul e o Instituto Cultural Floresta, também anunciou uma iniciativa focada em obras de recuperação da infraestrutura nas regiões diretamente afetadas. Chamado Reconstrói RS, o projeto tem como objetivo destinar recursos de forma rápida, sem intermediações, para financiar obras urgentes, de alto impacto e de forma permanente, sempre em parceria com as comunidades locais. Além disso, busca estimular lideranças da sociedade civil de cada localidade atingida a chamarem para si a responsabilidade pela reconstrução.
Os primeiros R$ 50 milhões foram doados pela família Ling, mantenedora do Instituto Ling no Brasil e da Ling Foundation, com atuação nos Estados Unidos. O programa já conta com a adesão das Lojas Renner, de Salim Mattar, fundador da Localiza, que destinou R$ 5 milhões, e de Jayme Garfinkel, controlador da Porto Seguro, com R$ 1 milhão. A Federasul, por meio de 190 Associações Comerciais e Industriais (ACIs) do Interior, e o Instituto Cultural Floresta, realizarão a triagem, fiscalização e o acompanhamento da destinação dos recursos e da execução dos projetos.
Além do Reconstrói-RS, o ICF auxiliou órgãos de segurança com o repasse de 400 antenas de Starlink, milhares de lanternas e pilhas, roupas de borracha, coletes e outros equipamentos de ajuda aos resgates, barcos e jet skis. Também participa da iniciativa “De volta para casa”, junto com o Ciclo Empreendedor, para auxiliar na reconstrução dos lares de famílias atingidas.
Em Porto Alegre, empresários do 4º Distrito se uniram e criaram o movimento “Juntos pelo 4D”, a fim de garantir que o retorno à normalidade ocorra o mais breve possível na região, que foi bastante atingida pela água e envolve uma população de 54 mil pessoas dos bairros Floresta, Navegantes, Humaitá, São Geraldo e Farrapos. O grupo é formado por empresas como Anexxo, SLC Agrícola, Giros Peças, Liberta Investimentos, Tijolo Hub, família Renner e Banda Fresno, e trabalha em parceria com a comunidade local, voluntários e prefeitura.
A iniciativa ainda está na fase de arrecadação de materiais e recursos com as empresas apoiadoras — até o momento, foram arrecadados R$ 170 mil —, mas já distribuiu cerca de dois mil kits com produtos de limpeza para os moradores e donos de negócios da região. O projeto também deve receber do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) da Capital as ferramentas necessárias para iniciar os trabalhos de remoção de entulhos e limpeza das vias públicas assim que a água baixar.
Junto à prefeitura de Porto Alegre, o grupo vai elaborar um cronograma de atuação e destinação de contingente determinado por bairro. Enquanto a limpeza não é viável, os participantes estão articulando o recebimento de doações em dinheiro para comprar os itens necessários para o trabalho. As etapas seguintes referem-se ao mapeamento das necessidades dos microempreendedores e dos prejuízos, além da criação de um canal de arrecadação de recursos, que serão utilizados para repor as perdas e auxiliar para que as empresas possam se restabelecer.
— Entendemos que, diante do tamanho do estrago, apenas a força do poder público seria insuficiente para uma retomada rápida, que faz toda a diferença na redução de impactos negativos para nossa população e economia de todo o Estado”, comenta Bruno Dornelles, fundador da Tijolo Hub, espaço de inovação para o setor imobiliário e da construção civil.
Leia a reportagem completa em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2024/05/entidades-e-governos-unem-esforcos-para-a-retomada-no-rio-grande-do-sul-clwo8ba9l00j0014xzljgfaca.html